Liderança da Bahia no ranking do desemprego revela efeitos de um país desordenado
“Corremos o risco de reviver o fracasso”, afirmou a presidenta da CUT-BA, Maria Madalena Oliveira Firmo, conhecida como Leninha, ao avaliar a catástrofe para os brasileiros, em especial, para os baianos, que sofrem com as mais altas taxas de desemprego do país.
A Bahia lidera o ranking nacional de desemprego, segundo dados da Pesquina Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice de desempregados registrado nos três primeiros meses de 2022 na Bahia é 17,6% contra a taxa de 11,1% da média nacional.
“A Bahia sente os efeitos de um país desordenado. E essa taxa de desocupação é reflexo disso”, afirmou Leninha se referindo aos caos econômico e social em que o governo de Jair Bolsonaro (PL) jogou o país nos três anos e cinco meses de gestão. Além da taxa de desemprego, os brasieitos sofrem com a disparada da inflação e da taxa básica de juros (Selic) sem que Bolsonaro e o ministro da Economia, Paulo Guedes, apresente qualquer medida para ao menor amenizar o drama dos trabalhadores e trabalhadoras A dupla não apresentou uma proposta sequer de geração de emprego e renda.
Precarização do trabalho no estado também é recorde
Outro dado preocupante revelado na pesquisa é a precarização das relações de trabalho no Estado: 54,7% dos trabalhadores e trabalhadoras baianos estão na informalidade. “O cenário é desolador“, lamentou Leninha.
Ainda de acordo com a Pnad/IBGE, mesmo após a flexibilização das medidas restritivas para conter a disseminação da Covid-19, aliadas as poucas ações para retomada da economia, o cenário só piorou. Junto com as taxas de desemprego, aumentaram a subutilização da força de trabalho e a desvalorização do salário mínimo nos últimos 12 anos. A cada 100 pessoas, 18 estavam sem emprego no primeiro trimestre de 2022.
“O fato da taxa de desocupação da Bahia ser a mais elevada do país, decorre de uma série de características mais estruturais da composição heterogênea de seu mercado de trabalho, que é marcada por ocupações informais e precárias que proporcionam um baixo rendimento para maior parte dos baianos”, avaliou Flávia Santana Rodrigues, técnica do Dieese.
“Essa situação foi muito agravada pela reforma trabalhista de flexibilização da legislação realizada no governo Temer em 2017 e, portanto, antecede a pandemia da Covid-19”, explica a técnica.
Segundo ela, o contexto atual de alta inflacionária e dos juros, agravam o baixo desempenho econômico e possibilidade de recuperação do mercado de trabalho.
Diante desse contexto , a presidente da Central baiana, reforça a importância de acelerar as ações de mobilização do pensamento democrático da nação para reconstruir o país. “Estamos no risco de reviver o fracasso. Precisamos garantir outra vez a manutenção dos direitos trabalhistas, a justiça social, o desenvolvimento e crescimento econômico, aliado a pesquisa, educação e a tecnologia, defesa do petróleo e a indispensável distribuição da renda e da riqueza, para repaginarmos a Bahia e o Brasil”, concluiu.
Fonte: CUT Nacional