INSS fará mutirão para reduzir filas de perícias, diz ministro da Previdência
O governo Lula (PT) dará início no mês de março a um mutirão para reduzir o tempo de espera por perícias médicas de segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que estão ficando meses sem poder receber benefícios como auxílio-doença.
Hoje, o tempo médio de espera é de seis meses e a fila para perícias, em janeiro deste ano, era de mais de 560 mil pessoas.
O governo pretender reduzir o tempo de espera para ao menos 45 dias até conseguir zerar as filas. Foi isso que afirmou o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, em entrevista ao UOL nesta quinta-feira (16).
O mutirão começará, segundo o ministro, pela região Nordeste, onde a fila é maior por causa da escassez de profissionais. A estratégia será reunir peritos e concentrar os atendimentos em locais diferentes do país, com prioridade para as regiões interioranas, a cada semana.
“A secretaria que cuida dessa área, da perícia médica, já está trabalhando nisso. Acho que no máximo em março eu começo a executar por região. Por exemplo: o ABC é uma região de São Paulo e durante uma semana vão 50 médicos peritos com toda equipe. Isso limpa a fila e depois já está na normalidade”, explicou Lupi sobre o mutirão.
A ação já era prevista. Ainda em janeiro, quando assumiu a pasta, Lupi já havia anunciado um mutirão. “Peço a cada governador e a cada prefeito que nos ajude na parte administrativa. Quero acabar com essa fila em tempo recorde”, disse na solenidade de posse.
O mutirão deverá ser apenas uma das ações. Segundo o ministro, para zerar a fila, o desafio passa ainda pela informatização dos sistemas, com melhorias na automação. Na ocasião, Lupi afirmou também que é preciso valorizar os trabalhadores do INSS.
Filas
Levantamento feito ainda na fase de transição de governo, apontou que cerca de 5 milhões de brasileiros aguardam na fila pela concessão das aposentadorias e outros benefícios. Atualmente, o INSS conta com 37,5 milhões de beneficiários da Previdência Social, “que devem ser tratados com dignidade e carinho”, conforme afirmou o ministro em sua posse.
Somente para a perícia, a fila em janeiro deste ano era de 562 mil pessoas. Além da falta de servidores e do sucateamento do INSS promovido durante os governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), a fila tem como causa os atrasos ocasionados pela pandemia da Covid-19.
Um levantamento feito em setembro pelo Instituo Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), divulgado pelo UOL, mostra que o tempo médio de espera para acessar os principais benefícios ultrapassava os três meses:
- BPC por deficiência: 223 dias
- Auxílio-acidente de qualquer natureza: 140 dias
- Benefícios por incapacidade acidentária, como auxílio-acidente, invalidez, pensão por morte e auxílio-temporário: 122 dias
Fonte: CUT Nacional