Indústria Interrompe Demissões E Já Começa A Contratar
Em julho, pela primeira vez em oito meses, o emprego na indústria automobilística cresceu: foram abertos 327 postos de trabalho. Dados foram divulgados nesta segunda-feira (10) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea)A indústria parou de demitir e começa a contratar. Os resultados de junho de pesquisas, tanto de órgãos do governo como de entidades privadas, indicam que o emprego industrial ou tem uma pequena queda, ou dá sinais de recuperação em relação a meses anteriores.
Julho registrou pela primeira vez em oito meses o crescimento no emprego na indústria automobilística, quando foram criadas 87 vagas, principalmente devido à retomada dos empregos no setor de carros de passeio. Nesse segmento, foram criados 327 postos de trabalho entre junho e junho deste ano. Entretanto, no mesmo intervalo, o setor de máquinas agrícolas, bastante dependente de exportações, eliminou 240 vagas.
A divulgação foi realizada nesta segunda-feira (10) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Além disso, desde o mês passado, foram anunciadas perto de 2 mil vagas nas montadoras. A Anfavea informou que considera tanto os empregos efetivos quanto os temporários.
Quando os reflexos da crise internacional começaram a ter impacto no País, em outubro do ano passado, o setor empregava 131,7 mil trabalhadores. Em junho, tinha 119,5 mil, ou 12,2 mil a menos, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Desse total, 105 mil operam nas fábricas de veículos e 14,4 mil nas de máquinas agrícolas.
Assim como na indústria automobilística, há contratações significativas nas siderúrgicas, nas fábricas de eletrodomésticos e até na indústria calçadista. Em razão da reversão no quadro, é consenso entre empresários, sindicalistas e economistas que a fase de demissões em massa ficou para trás.
Com os estoques ajustados e o mercado doméstico aquecido, as indústrias se preparam para a temporada de contratações. Quase um quarto (23,2%)das 1.115 indústrias consultadas pela Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em julho pretende ampliar as contratações até setembro, enquanto 15,3% delas planejam demitir.
Pela primeira vez desde outubro de 2008, a fatia de empresas que quer contratar supera a que planeja demitir. Em dezembro, no auge da crise, a situação era inversa: 32,5% planejavam cortes e 15,5%, contratações. Também pela primeira vez desde outubro de 2008, o indicador de emprego previsto para os próximos três meses em julho superou a média desde 1995, aponta a FGV.
No mês passado, esse indicador ficou em 107,9 pontos, ante a média histórica de 101,4 pontos e do resultado de junho (97,2). O indicador de emprego previsto é calculado a partir do saldo entre o porcentual de empresas que pretendem contratar e as que planejam demitir, somado 100 e descontada a sazonalidade.
Produção - A produção de veículos registrou queda em julho deste ano, depois de um mês de junho recorde em vendas puxado pela redução do IPI (Imposto sobre Produto Industrializado).
Em julho foram produzidos 281,6 mil veículos, o que representa queda de 11,5% em relação ao mesmo mês de 2008. Na comparação com junho, quando foram produzidos 284,3 mil veículos, houve recuo de 0,9%.
Os licenciamentos, indicador de vendas, somaram 285,4 mil veículos em julho, recuo de 0,9% em relação a julho do ano passado, e de 4,9% em relação a junho deste ano, quando foram licenciados 300,2 mil veículos.
Fonte: Fonte: O Estado de S.Paulo e Agências