Envelhecimento da população altera taxa de ocupação no Brasil, indica estudo

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Envelhecimento da população altera taxa de ocupação no Brasil, indica estudo

O estudo da LCA Consultores divulgado pela Folha de S. Paulo nesta segunda-feira (23) indica que o envelhecimento da população brasileira explica uma parte da queda da taxa de participação no mercado de trabalho após a pandemia. A taxa de desemprego está em queda no país, e ficou em 8% no segundo trimestre de 2023.

A taxa de participação mede a proporção de pessoas em idade de trabalhar (14 anos ou mais) que estão inseridas na força de trabalho como ocupadas com algum tipo de vaga ou desempregadas.

Segundo dados do Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), no segundo trimestre de 2023, o indicador era de 61,6% no Brasil. Com o resultado, permanecia 2 pontos percentuais abaixo do quarto trimestre de 2019, antes da pandemia. À época, a taxa era de 63,6%.

A variação é explicada pela LCA como resultado da transição demográfica que o país já atravessa. A melhora nas condições de vida da população ajudam a explicar o sintoma.

Entre os aspectos sócio-econômicos estão o impacto da Covid-19 sobre a antecipação de pedidos de aposentadorias, a melhora da situação econômica das famílias nos últimos trimestres (o que obrigaria menos jovens a procurar emprego) e a ampliação do Bolsa Família.

Envelhecimento da população

O envelhecimento da população foi apontado por Fausto Augusto Jr., direitor do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) como um dos maiores desafios dos governos e, principalmente, dos trabalhadores, durante sua fala no 14° CONCUT.

O número de pessoas com mais de 60 anos ativos no mercado de trabalho representa 15% da população, índice muito próximo dos jovens no mercado de trabalho. Até 2050 o Brasil terá a sexta população mais velha do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

“Estamos envelhecendo rápido. Isso envolve recursos, direitos previdenciários. O que vamos assistir daqui, além das crianças em situação de rua, serão milhares de idosos em situação de rua. Pessoas que trabalharam a vida toda e que não terão o direito de se aposentar. Isso atinge especialmente as mulheres, muitas na economia do cuidado e que não terão sequer um salário mínimo na velhice”, afirmou o diretor do Diesse no congresso.

Ainda segundo publicado pelo jornal Folha de S. Paulo, a a LCA consultoria destaca que a parcela de 60 anos ou mais subiu de 17,4% para 19,1% da população em idade de trabalhar (14 anos ou mais), na comparação do quarto trimestre de 2019 com o segundo trimestre de 2023.

Em termos absolutos, essa camada passou de 29,4 milhões para 33,4 milhões no mesmo intervalo. A taxa de participação dos brasileiros com 60 anos ou mais recuou de 24% no quarto trimestre de 2019 para 23,3% no segundo trimestre de 2023.

Fonte: CUT Nacional

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