Em reunião com governador interino, CUT-RS defende piso regional e Corsan pública
Em reunião no início da tarde desta segunda-feira (12), no Palácio Piratini, o governador interino do Rio Grande do Sul, o ex-metalúrgico e deputado Valdeci Oliveira (PT), recebeu dirigentes da Executiva Estadual da CUT-RS, que destacaram as pautas mais imediatas da classe trabalhadora.
Valdeci, que é o atual presidente da Assembleia Legislativa, assumiu após a transmissão do cargo feita neste domingo (11) pelo governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB), que se ausentou do Estado para cumprir agendas em São Paulo e Brasília, devendo retomar as suas funções no final da tarde desta terça-feira (13).
Reposição da inflação no piso regional
Durante o encontro, o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, abordou quatro temas importantes para o período, começando pelo projeto rebaixado de reajuste do salário mínimo regional enviado pelo governo do Estado aos deputados estaduais, que prevê um aumento de apenas 7,7% a partir de 1º de fevereiro de 2023.
“Estamos preocupados com o mínimo regional. Nós entendemos que deve ser feito um esforço, tanto do governo quanto pela Assembleia, para repor pelo menos os 10,6%, correspondentes à inflação do ano passado, com pagamento retroativo a outubro deste ano”, destacou o dirigente sindical.
O governador interino observou que a bancada do PT apresentou emendas ao projeto do governo do Estado para garantir a reposição da inflação com o pagamento de forma retroativa. O projeto deve ser votado até a próxima semana. Cerca de 1,5 milhão de gaúchos e gaúchas recebem o chamado piso regional, que está abaixo dos valores pagos em Santa Catarina e no Paraná.
Não à privatização da Corsan
Amarildo enfatizou também a luta contra a privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), cujo leilão marcado para o dia 20 de dezembro foi suspenso por uma liminar concedida pelo Tribunal de Justiça (RJ-RS) a pedido do Sindiágua-RS. "Trouxemos a pauta para uma discussão melhor sobre o futuro da Corsan”, disse.
Para Valdeci, há várias questões jurídicas que precisam ser avaliadas e o melhor caminho é deixar essa questão para o próximo governo. Ele lembrou que o presidente eleito Lula (PT) tem se manifestado a favor de mudanças no marco regulatório do saneamento com a retomada dos investimentos públicos no setor.
O presidente da CUT-RS também falou sobre o pacote que o governo está preparando para encaminhar ao parlamento gaúcho, estabelecendo mudanças na remuneração e na reestruturação do Estado. “Temos uma preocupação de que a gente não diminua o papel do Estado, mas, ao contrário, fortaleça as carreiras públicas e o serviço público do Rio Grande do Sul”, pontuou.
Valdeci salientou que também desconhece o conteúdo do pacote do governo e se manifestou preocupado com as distorções salariais existentes entre os poderes.
Educação
Os dirigentes da CUT-RS abordaram também os problemas na educação pública, citando a situação do Instituto de Educação General Flores da Cunha, em Porto Alegre. Após a retomada das obras de restauro, o governo anunciou, sem ouvir a comunidade escolar, que parte do espaço da escola será destinada para instalar um museu privado, tirando vagas de centenas de alunos.
“Queremos que o Instituto de Educação, essa importante ferramenta escolar, seja mantida como 100% escola pública de qualidade e não se transforme em museu”, ressaltou Amarildo.
O governador interino frisou que está acompanhando o trabalho da deputada Sofia Cavedon (PT), presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Instituto de Educação, que tem defendido o projeto original de restauro do prédio.
Para Amarildo, “é um curto período de tempo como governador, mas a CUT-RS considera importante fazer o diálogo sobre essas pautas para serem discutidas e encaminhadas de forma positiva em favor dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras”.
Pela CUT-RS, também participaram da audiência o secretário de Administração e Finanças, Antônio Güntzel, a secretária de Formação, Maria Helena Oliveira, o secretário de Comunicação, Ademir Wiederkehr, e o secretário de Saúde do Trabalhador, Alfredo Gonçalves.
Fonte: CUT-RS