Em março e no trimestre, produtos da cesta básica têm alta generalizada
Tempo para adquirir os itens básicos aumentou, assim como o comprometimento da renda. Dieese calculou em R$ 4.227,04 o salário mínimo necessário para uma família de quatro pessoas
Os produtos que compõem a cesta básica vêm aumentando neste começo de governo, com alta generalizada em março e no primeiro trimestre, de acordo com levantamento periódico do Dieese. No mês passado, as 18 capitais pesquisadas tiveram alta, com destaque para Brasília (11,09%), Florianópolis (7,28%), São Luís (7,26%) e Curitiba (7,20%). Nos três primeiros meses do ano, todas as cidades também registraram aumento, que chegou a 17,85% em Recife e a R$ 17,84% em Vitória.
De acordo com o instituto, a cesta mais cara em março foi a calculada em São Paulo: R$ 509,11. Com base nesse valor, o Dieese calculou em R$ 4.227,04 o salário mínimo necessário para as despesas básicas de uma família de quatro pessoas. Corresponde a 4,29 vezes o mínimo oficial (R$ 998). Essa proporção também está aumentando – era de 3,89 vezes em março do ano passado e de 4,06 em fevereiro.
O tempo médio para adquirir os produtos da cesta básica aumentou para 96 horas e 42 minutos, cinco horas a mais do que no mês anterior e oito horas a mais em um ano. O trabalhador remunerado pelo salário mínimo comprometeu em março quase metade (47,78%) de sua renda para comprar os itens básicos. Há um ano, comprometia 43,54%.
Em 12 meses, o Dieese igualmente apura alta em todas as capitais pesquisadas. Os aumentos chegam a 20,25% (Goiânia), 18,42% (Salvador) e a 17,39% (Brasília).
De fevereiro para março, os preços dos produtos in natura ou semielaborados tiveram tendência de alta, casos de tomate, batata (região Centro-Sul), feijão e banana. No caso da carne bovina e do açúcar, houve redução na maioria das cidades. Já o preço médio do feijão subiu em 17 das 18 capitais, enquanto a dúzia da banana aumentou em 15.
Só o preço do tomate subiu de 10,12% (Campo Grande) a 54,33% (Florianópolis), no mês passada. "A redução da oferta devido ao fim da safra de verão explica a elevação expressiva dos preços no varejo", diz o Dieese. A alta da batata chegou a 79,11% em Brasília e a 34,27% em Porto Alegre, com menor oferta e chuvas.
Fonte: Rede Brasil Atual