Em live sobre covid-19, prefeitura de Campo Bom não fala em comprar vacinas e recusa receber sindicatos
O prefeito de Campo Bom, Luciano Orsi, prestou contas na tarde da quarta-feira (10) sobre as iniciativas que estão tomadas pela prefeitura no combate à pandemia de Covid-19 em Campo Bom. No entanto, não mencionou em nenhum momento o pedido da Coordenação Intersindical de Trabalhadores do município para debater as medidas que não estão sendo tomadas para garantir a compra de vacinas com recursos do município e a imunização de toda a população da cidade. Atualmente, mais de 1.068 campoboenses foram diagnosticados com o novo coronavírus.
Integrada pelo Sindicatos dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região, dos Sapateiros de Campo Bom, dos Servidores Municipais da cidade, dos Comerciários de Novo Hamburgo e região, dos Rodoviários, dos Vigilantes de Novo Hamburgo e região, de Bares e restaurantes, dos Gráficos de São Leopoldo e região, dos Trabalhadores na Construção e Mobiliário e pelo o Sindividro CB, a Coordenação Intersindical de Trabalhadores entende que o município enfrenta o seu pior moimento no enfrentamento ao Covid-19. Além das autoridades de saúde, somente empresários estão sendo ouvidos pelo Grupo de trabalho que elabora as estratégias para conter o avanço da doença, que já vitimou mais 105 habitantes da cidade.
Conforme Loricardo de Oliveira, secretário-geral da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT) e diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo na região, o prefeito Orsi atribuiu responsabilidade ao Governo Federal pelo descaso com a vacinação no Brasil, mas não fez menção alguma sobre a compra de vacinas por parte da cidade de Campo Bom.
“A prefeitura sabe da gravidade da situação mas não toma nenhuma atitude concreta para efetuar a compra de vacinas com recursos próprios. Não adianta se eximir de responsabilidade e fazer o velho jogo de empurrar responsabilidades de um lado para o outro. O povo quer tomar as duas doses da vacina o quanto antes, não quer saber se os recursos para isso vem do governo Federal ou são provenientes do caixa do município”, destacou o dirigente sindical.
Para o presidente do Sindicato dos Sapateiros, Vicente Selistre, a pandemia atinge seu pico e as pessoas também precisam fazer sua parte para conter o avanço da doença. “Mais do que nunca é hora de reflexão hora de respeito a dor do ser humano, a dor do próximo, a dor de famílias. É hora do respeito ao conhecimento e a ciência. A responsabilidade é de cada um, desde o mais jovem ao mais idoso, até a autoridade maior, ao cidadão mais simples, se faz necessária nesse momento”, avalia.
Também foi solicitado que as entidades que integram o coletivo possam ser ouvidas, tendo participação ativa junto ao Grupo de Enfrentamento da Pandemia no Município.
“É inadmissível que membros de entidades sindicais que representam tantos trabalhadores não tenham suas vozes ouvidas pelo poder público municipal. Não se pode pensar em um plano de imunização sem incluir no debate os Metalúrgicos, Sapateiros, Rodoviários, Municipários e tantas outras categorias que fazem a roda da economia girar e que estão correndo risco de vida na padnemia”, aponta Valmir Lodi, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região.
No sábado, dia 27 de fevereiro, houve, em sessão virtual, a primeira reunião da Coordenação Intersindical de Trabalhadores. Por meio dela foram implementadas decisões e ações conjuntas, como a aprovação de pedido de audiência virtual urgente com o prefeito e entrega de um de ofício requisitando a ampla e urgente aquisição de Vacinas contra o Covid-19 e testagem em massa dos trabalhadores – na cidade, somente 27 pessoas foram testadas para a doença.
Prefeito desmarcou reunião com representantes dos trabalhadores
O Documento foi entregue ainda no início da semana passada, entretanto, Orsi que, apesar de ter confirmado que se reuniria com a coletivo na tarde de segunda-feira (08), acabou cancelando o encontro. O prefeito alegou o surgimento de demandas urgentes, acrescentando que voltaria a fazer contato para agendar nova data.
Cristina Mendes, presidente do Sindicato dos Comerciários de Novo Hamburgo e Região, ressalta que a ideia é fortalecer a luta no sentido de reivindicar a aquisição de mais vacinas o mais breve possível, bem como incluir os trabalhadores no grupo prioritário para a vacinação.
“Se economia não pode parar, se a indústria não pode deixar de produzir, o comércio não pode deixar de vender, os serviços não podem deixar de serem prestados, então quem está à frente de tudo isso, que são os trabalhadores, têm de serem priorizados na política de imunização”, finalizou.
O Sindicato dos Metalúrgicos deixa claro que acredita que, pela importância das entidades que representam a classe trabalhadora no município, a gravidade do momento e possíveis consequências irreparáveis, é indispensável que o prefeito dedique atenção especial às reivindicações.
Fonte: STIMMMESL