Em abaixo-assinado entregue ao Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e NSR, terceirizados da REFAP reivindicam representação sindical
Centenas de trabalhadores e trabalhadoras que atuam como terceirizados na REFAP, em Canoas, organizaram um abaixo-assinado reivindicando a representação do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita em acordos e negociações. O documento, entregue na tarde de ontem (26) ao presidente do Sindicato, Paulo Chitolina, contém 8 páginas de assinaturas, totalizando a adesão de 295 trabalhadores.
Surpreso, Chitolina acredita que a pedida tem relação com a atuação do Sindicato sobre o trabalho terceirizado. Em janeiro deste ano, cerca de 4 mil trabalhadores que prestam serviço dentro da refinaria deflagaram greve para reivindicar melhorias salariais e de benefícios nos acordos. Assim que tomou conhecimento da paralisação, o Sindicato passou a organizar o movimento, legalizando a pedida de greve e participando das negociações em mediações do Tribunal.
Greve expandiu o trabalho do Sindicato
O encerramento da greve se deu após firmado no TRT4 um acordo coletivo prevendo melhores condições aos terceirizados. As garantias conquistadas por meio da organização e da luta sindical motivaram outros trabalhadores e trabalhadoras, de empresas terceirizadas menores, a procurar o auxílio da entidade.
“Desde que atuamos na greve da REFAP passamos a receber diariamente mensagens de trabalhadores pedindo auxílio com os contratos de trabalho ou exigindo que o acordo que alcançamos no tribunal passe a valer para eles também”.
Chitolina ainda afirma que esta situação expandiu o trabalho do Sindicato em várias frentes. “Nós pedimos para a Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT) abrir uma discussão para construir um acordo coletivo nacional dos paradeiros e isso está acontecendo. Até o momento já realizamos três encontros, convidando outras entidades sindicais para fortalecer e fazer acontecer”.
O Sindicato de portas abertas
A representação dos terceirizados é uma discussão que o Sindicato deve intensificar na campanha salarial deste ano. A princípio, conforme aprovado na pauta de reivindicações, será discutida a representação dos terceiros que atuam na produção e nas áreas de administração das empresas metalúrgicas da base. No entanto, há a intenção de também poder garantir todo o suporte do Sindicato aos terceiros fora da metalurgia.
“Nós não vamos deixar de atender e dar suporte aos terceirizados, afinal, o papel de um sindicato é o de prestar auxílio à classe trabalhadora. E todas as mudanças no mundo do trabalho dos últimos anos só reforçam que a gente precisa expandir, abrir o Sindicato para a diversidade da classe. E claro, temos que estar preparados para isso”.
Fonte: STIMMMEC