CUT-RS, sindicatos e Via Campesina distribuem 15 toneladas de alimentos para famílias carentes
Num grande mutirão, dirigentes da CUT-RS, sindicatos filiados e Via Campesina entregaram, na manhã gelada de sexta-feira (10), cerca de 15 toneladas de alimentos, além de máscaras de proteção, para famílias carentes em Porto Alegre, Viamão, Passo Fundo e Pelotas. A iniciativa integra a campanha de solidariedade, em parceria com o Sinpro-RS, SindBancários, Sindipetro-RS e Semapi-RS, e foi reforçada com a ação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Rio Grande do Sul.
Na capital gaúcha houve distribuição de 1 mil cestas básicas, que foram levadas para catadores de materiais recicláveis e pessoas em situação de vulnerabilidade social em vários bairros da periferia, como Safira, Ilha Grande, Ilha das Flores, Humaitá e Glória.
Também foram beneficiadas as associações de moradores do Morro da Cruz, da Lomba do Pinheiro, da Grande Cruzeiro e indígenas Caingangues e Guaranis. As famílias receberam alimentos produzidos por assentados da Reforma Agrária, como arroz, feijão, leite, mel, repolho, mandioca, batata, abóbora, cenoura e laranja.
Segundo o dirigente estadual do MST, Geronimo da Silva, “foi uma ação de solidariedade dos trabalhadores do campo para os trabalhadores das cidades, porque o povo precisa se alimentar de uma forma saudável neste tempo de pandemia do coronavírus”.
“Nenhum desses alimentos tem agrotóxicos. São todos produzidos por famílias ligadas ao campo, por assentados. Acreditamos que comer bem é uma forma de resistir ao Bolsonaro. Só com a imunidade lá em cima é possível resistir ao vírus e ao verme na presidência”, observou outro dirigente estadual do MST, Pedro Alvarez de La Torre.
Houve também entrega de alimentos produzidos por cooperativas de pequenos produtores da Agricultura Familiar de vários municípios do interior gaúcho, auxiliando ao mesmo tempo no escoamento da produção de famílias que tiram o seu sustento da terra.
“A máxima que valia no começo da pandemia permanece mais viva ainda agora: trabalhador ajuda trabalhador. É por isso que estendemos nossas mãos para ajudar os trabalhadores da reciclagem que estão desassistidos pelo poder público da Capital”, disse o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, ao entregar cestas básicas e máscaras de proteção para catadoras do Centro de Reciclagem Anitas – Mulheres em Luta e da Associação Irmão Cecchin, no Humaitá.
Para o dirigente sindical, o fim da pandemia estará próximo quando o presidente Bolsonaro for retirado do poder. “É um governo genocida, constituído de incapazes e que não possui comprometimento nenhum com o povo mais pobre deste país”, destacou.
“Estudos recentes da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) mostram que a população das favelas é a que possui mais chances de se contaminar e de morrer de covid-19. Neste momento em que a desigualdade social se mostra mais brutal, temos que agir e garantir dignidade, para que essas pessoas possam ficar em casa e conter a curva de contágio”, enfatizou Amarildo.
Solidariedade não pode faltar
A professora e diretora do Sinpro-RS, Margot Andras, salientou a importância das entidades filiadas à CUT aderirem à campanha e afirmou que, se o Estado se faz ausente em um momento de crise sanitária, a solidariedade do movimento sindical precisa estar presente.
“É responsabilidade nossa fazer o que Estado não faz. Precisamos ajudar as comunidades e estar presentes, levando solidariedade para os trabalhadores que não tem as mesmas condições financeiras que nós temos. Apoiamos essa ação solidária e, por isso, viemos acompanhar pessoalmente as entregas”, destacou Margot.
Para uma das integrantes da Associação Comunitária Anitas, Daniele Ferreira, as doações farão a diferença na vida das famílias dos recicladores. “Só temos de agradecer à CUT-RS e aos sindicatos pela ajuda neste momento de grande luta contra a covid-19. Se não fosse isso, teria sido muito mais difícil suportar essa pandemia”, ressaltou.
Fonte: CUT-RS com MST