Contra o PL 4330, trabalhadores fazem vigília em frente à Fiergs
A CUT e demais centrais sindicais realizaram nesta terça-feira, 06, um dia nacional de protesto contra o Projeto de Lei 4330. Estima-se que 53 entidades patronais foram alvo de mobilizações em todo o país. Em Porto Alegre, a maioria dos cutistas se concentrou em frente à Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), desde o início da manhã.
De acordo com o presidente da Federação dos Metalúrgicos do RS, Jairo Carneiro, o ato na Fiergs foi até a metade da manhã com a presença de metalúrgicos de Canoas, Porto Alegre, Novo Hamburgo, Sapiranga, Pelotas e Passo Fundo, além de outras categorias como bancários, sapateiros e telefônicos. “Estamos criando a pressão necessária para derrubar o PL 4330, hoje foi só o começo, na próxima semana haverá mais mobilizações”, declarou.
O ato de hoje teve como objetivo dialogar com a sociedade e pressionar empresários e parlamentares para que se posicionem contra o PL. O Projeto piora as condições de trabalho, permitindo a terceirização na atividade-fim das empresas.
Durante toda a atividade, os dirigentes relatavam os prejuízos da terceirização para categorias como bancários e telefônicos, onde há um alto número de trabalhadores terceirizados. Representantes das federações e dos sindicatos de base estadual também se manifestaram, defendendo que a possível aprovação do PL é um retrocesso para a classe trabalhadora.
Para a dirigente da CTB-RS, Eremi Melo, apenas a unidade das centrais é capaz de barrar os abusos dos patrões e a retirada de direitos que este PL representa. Neiva Lazzarotto, da Intersindical, afirmou que se os deputados votarem a favor da terceirização, seus nomes vão para as ruas e eles sentirão as consequências nas próximas eleições. Lembrando o sucesso da greve geral do dia 11 de julho, Lucas Sena, da CSP Conlutas, disse que é necessário intensificar as mobilizações para avançarmos nas conquistas da classe trabalhadora.
O coordenador da CUT Regional Vale dos Sinos, Mauri Schorn, convocou todos para participarem do ato contra a terceirização que será realizado na próxima sexta-feira, 09, a partir das 7h30, na cidade de Sapiranga. “Vamos fazer uma grande caminhada na cidade. Apenas mobilizados vamos conseguir barrar o 4330”, acredita. Já o coordenador da CUT Regional Planalto, Alcidir de Andrade, explicou porque o PL ataca os direitos dos trabalhadores e cobrou dos deputados gaúchos que enxerguem os trabalhadores brasileiros.
Pauta da classe trabalhadora
“Vigília é um momento de reflexão, estamos aqui convidando os empresários para refletirem sobre o que pode acontecer se o 4330 for aprovado”, disse o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo, ao iniciar sua manifestação.
Segundo o dirigente, a classe trabalhadora já demonstrou seu poder de mobilização no dia 11 de julho. “Se a nossa pauta não avançar, se o PL 4330 for para votação, a vida não será fácil para os empresários. Vamos parar o Brasil novamente”, disse Nespolo.
Além do PL da terceirização, ele lembrou outros pontos da pauta dos trabalhadores entregue para a presidente Dilma, em março, como o fim do fator previdenciário e a redução da jornada de trabalho para 40 horas sem redução de salário.
Finalizando, Nespolo salientou a importância dos trabalhadores usarem as redes sociais para pressionarem os deputados e como meio de divulgar as informações negligenciadas pelos monopólios dos grandes meios de comunicação.
Próximas ações
Para o próximo dia 13 de agosto, data da possível votação do PL 4330, está prevista uma grande mobilização em Brasília. Diversas categorias de trabalhadores gaúchos vão se somar à atividade.
Caso a pauta da classe trabalhadora não avance, uma nova greve geral acontecerá no dia 30 de agosto. “E será maior que o dia 11 de julho”, garantiu Nespolo.
A atividade na Fiergs encerrou por volta das 11h. Outras atividades seguiram acontecendo em frente as sedes das demais entidades patronais gaúchas.
Texto: CUTRS e informações da Ass. de Comunicação FTMRS