Com queda na agropecuária, PIB recua 0,1% no segundo trimestre do ano
Setor de agropecuária tem queda de 2,8% em relação ao primeiro trimestre do ano. Comparação com o mesmo trimestre de 2020 mostra alta de 12,4% do PIB, mas base deprimida impede que o número positivo represente alento para a economia
O Produto Interno Bruto (PIB) variou -0,1% na comparação do segundo trimestre de 2021 em relação ao primeiro trimestre de 2021, na série com ajuste sazonal, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (1º) pelo IBGE. A maior queda foi da Agropecuária (-2,8%), seguida pela Indústria (-0,2%). Por outro lado, o setor de Serviços cresceu 0,7%.
Entre as atividades industriais, o desempenho foi puxado pelas quedas de 2,2% nas Indústrias de Transformação e de 0,9% na atividade deEletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos. Essas quedas compensaram a alta que houve de 5,3% nasIndústrias Extrativas e 2,7% na Construção.
Nos Serviços, houve resultados positivos em Informação e comunicação (5,6%), Outras atividades de serviços (2,1%), Comércio (0,5%), Atividades imobiliárias (0,4%), Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,3%) e Transporte, armazenagem e correio (0,1%). Houve também estabilidade para Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,0%).
Pela ótica da despesa, a Formação Bruta de Capital Fixo apresentou queda (-3,6%), a Despesa de Consumo das Famílias ficou estável (0,0%) e a Despesa de Consumo do Governo cresceu 0,7% em relação ao trimestre imediatamente anterior.
No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços tiveram crescimento de 9,4%, enquanto as Importações de Bens e Serviços recuaram 0,6% em relação ao primeiro trimestre de 2021.
PIB cresce 12,4% frente ao 2º trimestre de 2020
Quando comparado a igual período do ano anterior, o PIB teve crescimento de 12,4% no segundo trimestre de 2021. O Valor Adicionado a preços básicos teve alta de 11,7% e os Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios avançaram em 16,8%.
A Agropecuária cresceu 1,3% em relação a igual período de 2020. Este resultado pode ser explicado, principalmente, pelo desempenho positivo de alguns produtos da lavoura com safra relevante no segundo trimestre, como a soja (9,8%) e o arroz (4,1%). Em contrapartida, houve recuos nas estimativas de produção anual das culturas de café (-21,0%), algodão (-16,6%) e milho (-11,3%). As estimativas para Pecuária e Produção florestal apontaram contribuição positiva para a Agropecuária neste trimestre.
A Indústria cresceu 17,8%. Nesse contexto, a atividade Indústrias de Transformaçãoregistrou o melhor resultado com alta de 25,8%, influenciada, principalmente, pelo avanço na fabricação de veículos automotores; de outros equipamentos de transporte; de máquinas e equipamentos; e da metalurgia.
A alta na atividade de Construção (13,1%) foi corroborada pelo aumento do número de pessoas ocupadas no setor e da produção de seus insumos típicos. Esta atividade voltou a ter resultado positivo após cinco trimestres consecutivos de queda.
O setor Indústrias Extrativas apresentou variação positiva de 7%, resultado do aumento na extração de minérios ferrosos, uma vez que a extração de petróleo e gás cresceu menos no período.
A atividade de Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos apresentou alta de 6,7% devido à maior atividade da economia como um todo, já que o segundo trimestre de 2020 foi o auge das restrições durante a pandemia da COVID-19. Este movimento foi capaz de compensar até mesmo o momento com bandeiras tarifárias mais desfavoráveis.
O setor de Serviços avançou 10,8% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os melhores resultados se deram em Transporte, armazenagem e correio (25,3%) e Comércio (20,9%). As demais atividades também apresentaram resultados positivos: Outras atividades de serviços (16,1%), Informação e comunicação (15,6%), Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (4,1%), Atividades imobiliárias (3,5%) e Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (1,4%).
A Despesa de Consumo das Famílias cresceu 10,8%, explicada pelo efeito base, já que é contra o trimestre com os maiores efeitos da pandemia sobre a economia, além dos programas de apoio do governo do aumento do crédito a pessoas físicas. Por outro lado, houve aumento das taxas de juros e, mesmo com o aumento das ocupações na economia, a massa salarial, afetada negativamente pelo aumento da inflação, caiu em relação ao segundo trimestre de 2020.
A Formação Bruta de Capital Fixo avançou 32,9% no segundo trimestre de 2021, explicado pelos resultados positivos da produção interna e importação de bens de capital, além da construção. A Despesa de Consumo do Governo subiu 4,2% em relação ao segundo trimestre de 2020. No setor externo, as Exportações de Bens e Serviços cresceram 14,1%, ao passo que o crescimento das Importações de Bens e Serviços foi de 20,2% no segundo trimestre de 2021. Dentre as exportações de bens, o crescimento é explicado, principalmente, pelo acréscimo em produtos agrícolas, indústria automotiva, máquinas e equipamentos e minerais não metálicos. Por outro lado, as importações cresceram principalmente devido ao acréscimo nas compras de veículos automotores, máquinas e equipamentos, siderurgia e refino de petróleo.
Fonte: Rede Brasil de Fato