Com queda de 1,5% do PIB no primeiro trimestre, Brasil está próximo de nova recessão
O Produto Interno Bruto (PIB), que representa o total de bens e serviços produzidos no território brasileiro, caiu 1,5% no primeiro trimestre de 2020, em comparação com o resultado do último trimestre do ano anterior, conforme dados divulgados, nesta sexta-feira (29), pelo Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A queda do resultado do PIB, interrompe uma sequência de quatro trimestres em crescimento, sendo o menor resultado no período desde o segundo trimestre de 2015, quando houve uma queda de 2,1%. Sendo assim, a economia brasileira se encontra, em termos de PIB, no mesmo nível do segundo trimestre de 2012. Em relação ao primeiro trimestre do ano passado, houve um recuo de 0,3%.
Em relação ao consumo das famílias, que significa 65% do PIB, houve uma diminuição de 2%, o que representou o maior recuo desde a crise de energia elétrica, em 2001.
As projeções de baixo crescimento da economia começaram no período anterior à pandemia do novo coronavírus. A queda divulgada nesta sexta abrange apenas as primeiras semanas de isolamento social e a perspectiva é de os efeitos da pandemia apareçam de forma mais consistente no segundo semestre, com a expectativa de uma retração ainda maior.
De acordo com o IBGE, a retração da economia pode ser explicada principalmente pela diminuição de 1,6% nos serviços, setor que tem um impacto de 74% do PIB.
Nessa seara, os destaques são todos negativos: transporte, armazenagem e correio (-2,4%), informação e comunicação (-1,9%), comércio (-0,8%), administração, saúde e educação pública (-0,5%), intermediação financeira e seguros (-0,1%), outros serviços (-4,6%). O único destaque positivo foi para as atividades imobiliárias, com um aumento de 0,4%.
No setor da indústria também houve um recuo, de 1,4%. De acordo com o IBGE, o recuo foi influenciado pelos seguintes destaques: setor extrativo (-3,2%), construção (-2,4%), indústrias de transformação (-1,4%) e atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-0,1%).
A agropecuária foi um dos únicos setores que apresentaram um aumento (0,6%), ao lado do setor de investimentos, que cresceram 3,1%. Segundo o IBGE, este segundo aumento foi puxado pela importação líquida de máquinas e equipamentos pelo setor de petróleo e gás - diferente da produção nacional de máquinas e equipamentos, que diminuiu. Isso também representou uma queda de 0,9% nas exportações de bens e serviços e um aumento de 2,8% nas importações de bens e serviços.
Fonte: Brasil de Fato