Centrais sindicais do RS se unem contra a reforma da previdência e o fim da CLT
As centrais sindicais do Rio Grande do Sul decidiram unir esforços na luta contra a reforma da previdência e o fim da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), na defesa dos direitos sociais e trabalhistas. A primeira atividade unitária será a realização de uma audiência pública dos trabalhadores gaúchos no próximo dia 20, em Porto Alegre. O local e o horário ainda não estão definidos.
A decisão foi tomada em reunião ocorrida na manhã desta quinta-feira (2), na sede da CUT-RS, com a participação da CUT, CTB, UGT, Nova Central e o Fórum Sindical de Saúde do Trabalhador (FSST). O evento terá a participação do senador Paulo Paim (PT-RS), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado.
“Vamos procurar também as centrais que estiveram ausentes, o MST e demais entidades do campo e da cidade, a fim de que possamos reunir o conjunto das representações dos trabalhadores para discutir os ataques e atuar de forma unitária na defesa dos direitos da classe trabalhadora que estão ameaçados”, afirmou o presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.
Para as centrais, é inaceitável fazer uma nova reforma da previdência, com uma idade mínima de aposentadoria para homens e mulheres e a desvinculação entre o reajuste do salário mínimo e o aumento dos benefícios de aposentados e pensionistas.
“Somos contra também o PLS 030/2014, que prevê a terceirização sem limites, e a prevalência do negociado sobre o legislado, o que significaria rasgar a CLT e voltar aos tempos da escravidão”, ressalta Claudir.
“Os empresários, liderados pela Fiesp, querem retirar direitos dos trabalhadores para aumentar os seus lucros, visando concentrar ainda mais a renda e empobrecer a classe trabalhadora”, critica. “Não aceitamos a mexicanização do trabalho”, alerta.
O presidente da CUT-RS ressalta que “o momento exige resistência, unidade e mobilização para evitar retrocessos e proteger os direitos e as conquistas dos trabalhadores”.
Salário mínimo regional
Outro assunto debatido foi o salário mínimo regional. Este ano, o RS paga o menor índice de reajuste entre os cinco estados que possuem essa remuneração, conforme levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
“Com o governo Sartori, o RS elevou em fevereiro as cinco faixas do mínimo regional em apenas 9,61%, ficando pela primeira vez desde que foi criado em 2001 abaixo da inflação dos 12 meses anteriores”, salienta o secretário de Relações do Trabalho da CUT-RS, Antônio Güntzel.
Grupo de trabalho
Após os debates, as centrais sindicais aprovaram a formação de um grupo de trabalho, que terá a tarefa de organizar a audiência pública contra a reforma da previdência e o fim da CLT.
Outra tarefa será acompanhar os projetos de lei em tramitação na Assembleia Legislativa que tratam do mínimo regional e começar os debates para a construção da proposta de reajuste a ser apresentada no segundo semestre ao governo do Estado para o ano de 2017.
Fonte: CUT-RS