Aumenta desânimo com economia e setor financeiro prevê inflação alta e queda do PIB
Estimativa do mercado financeiro para o índice de inflação oficial (IPCA), subiu de 4,71% para 4,81%. Cálculo para 2021 está acima do centro da meta, que é de 3,75%
O Boletim Focus com as projeções do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos do Brasil, publicado pelo Banco Central toda semana, mostra que aumentou o desânimo com a economia do país, que segue em queda e, após dois anos da gestão de Jair Bolsonaro (ex-PSL) o governo ainda não apresentou uma proposta de desenvolvimento sustentável, com geração de emprego e distribuição de renda. O que sobra no Ministério da Economia de Paulo Guedes é proposta de medidas provisórias retirando direitos da classe trabalhadora.
A edição da segunda-feira (29) do Boletim Focus, manteve a projeção de alta para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), inflação oficial do Brasil, e de queda da economia em 2021. A previsão do IPCA subiu de 4,71% para 4,81%. Para 2022, a estimativa de inflação é de 3,51% e para 2023 e 2024, 3,25%.
Já as projeções para o crescimento da economia brasileira este ano caíram de 3,22% para 3,18%. Para 2022, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento ainda menor, de 2,34%. Em 2023 e 2024, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 2,50%.
Taxa de juros
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, estabelecida atualmente em 2,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
Para o mercado financeiro, a expectativa é que a Selic encerre 2021 em 5% ao ano. Para o fim de 2022, a estimativa é que a taxa básica suba para 6% ao ano. E para o fim de 2023 e 2024, a previsão é 6,50% ao ano e 6,38% ao ano, respectivamente.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas podem dificultar a recuperação da economia. Além disso, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
Fonte: CUT Nacional com informações da Agência Brasil