Ato de 8 de Março repudia violência e defende a vida e o direito das mulheres
A quarta-feira (8), Dia Internacional das Mulheres, foi marcada por uma agenda de intensas mobilizações unificadas em Porto Alegre sob o tema “Por um mundo sem violência, em defesa da vida e do direito das mulheres”. O ato de encerramento, realizado no final da tarde, reuniu centenas de pessoas, na Esquina Democrática, no Centro Histórico.
Após manifestações de movimentos, organizações de mulheres e parlamentares, mulheres e homens saíram em caminhada pela Avenida Borges de Medeiros até o Largo Zumbi dos Palmares, na Cidade Baixa.
Estiveram presentes na mobilização dirigentes de centrais, sindicatos e federações de trabalhadores, integrantes de movimentos sociais, lideranças de partidos de esquerda, estudantes e aposentados.
Uma mulher morre de feminicídio a cada três dias no RS
A secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-RS, Mara Weber, destacou que “foi um dia longo e intenso, mas cheio de formação, movimento e luta pela vida e direito das mulheres”. Ele denunciou o aumento da violência. “Uma mulher morre de feminicídio a cada três dias no Estado e todos os dias sofremos agressões”, disse.
“Nós estamos lutando pela nossa vida. Isso significa lutar por políticas públicas, por saúde de qualidade e educação que ensine outra cultura”, frisou. “Temos que vencer a cultura do estupro, o machismo que está na sociedade”, apontou. “Só educando mulheres e homens que nós vamos ter uma vida digna e em paz.”
Mara alertou também para as discriminações que as mulheres sofrem, “seja pela cor da pele, porque o racismo também está mundo do trabalho, o assédio sexual e os salários desiguais e as condições de trabalho precárias”.
Luta das mulheres é todo dia
A secretária de Formação da CUT-RS, Maria Helena Oliveira, salientou que “a luta das mulheres é todo dia”. Ela frisou “a importância da luta pela vida, pelos direitos, pela liberdade e pelo respeito”.
Segundo Maria Helena, “temos que debater o feminismo, iniciando pela família, porque é lá que começa a formação de homens e mulheres”. Ela frisou que a violência se acirrou contra as mulheres nos últimos quatro anos, especialmente contra as mulheres negras na periferia”.
A secretária de Meio Ambiente da CUT-RS, Eleandra Koch, afirmou que “é um dia de reafirmar a nossa luta e os nossos direitos”. Ela pontuou que “estamos firmes na luta contra os feminicídos, contra o racismo, contra a homofobia”.
“Nós marcharemos juntas até que todas as mulheres sejam livres”, ressaltou. “Esperamos que a gente construir um futuro com política públicas, com respeito à vida das mulheres”, disse, Ele salientou que “nós, mulheres, sofremos desde o golpe de 2016, quando uma mulher, que não cometeu crime de responsabilidade, foi deposta por misoginia. Foi um golpe de muita violência política”.
Retomada das políticas públicas para as mulheres
A deputada estadual Laura Sito (PT) enfatizou que esse dia é muito simbólico porque marca a retomada de políticas públicas para as mulheres no Brasil. Hoje, o presidente Lula fez uma série de anúncios que visam criar uma rede de enfrentamento à violência contra as mulheres, lutar por uma equiparação salarial entre homens e mulheres no Brasil, temas que são estruturantes para garantir condições plenas de cidadania a todas as mulheres”, destacou
O nome da vereadora carioca Marielle Franco foi ecoado por diversas representações. Em 14 de março, completam-se cinco anos do assassinato de Marielle, símbolo das lutas feministas e antirracistas brasileiras, e de seu motorista Anderson Gomes.
Durante solenidade no Palácio do Planalto, o presidente Lula (PT) assinou nesta quarta um projeto de lei para que o dia 14 de março seja transformado no Dia Nacional Marielle Franco, com foco no enfrentamento à violência política de gênero e de raça.
Derrotar o bolsonarismo nas ruas
Para a ex-deputadas Manuela d’Ávila (PCdoB, ainda há muitas lutas a serem travadas. “É uma data de celebração da nossa vitória, mas também de reflexões sobre a agenda das mulheres para o governo Lula efetivamente realizar as razões pelas quais as mulheres o elegeram”, disse.
“As mulheres têm a responsabilidade também de ter a sua agenda, de pressionar o governo e de manter as suas mobilizações tão intensas quanto foram durante o período de resistência ao golpe e ao bolsonarismo”, explicou Manu.
A deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL) também acredita que a data é importante para alinhar a continuidade das lutas das mulheres. “A resistência contra o Bolsonaro no poder teve como maior sujeito político as mulheres brasileiras e essa mesma garra, que ajudou na luta política para derrotar Bolsonaro na eleição e que elegeu o Lula, é fundamental para derrotar o bolsonarismo nas ruas”, apontou.
A vereadora Abigail Pereira (PCdoB) chamou a atenção de que “o bolsonarismo em Porto Alegre tem nome e obrenome e ele se chama Sebastião Melo”. Ela convidou as mulheres a derrotá-lo. “Vamos construir uma cidade boa para as mulheres, porque só assim será boa para todas as pessoas”, concluiu.
Fonte: CUT-RS com informações do Sul21 e Brasil de Fato RS