Ação eleitoral do governo provoca deflação na prévia. Mesmo assim, roupas, gás, luz e remédios têm alta

Montagem RBA
Ação eleitoral do governo provoca deflação na prévia. Mesmo assim, roupas, gás, luz e remédios têm alta

Com os preços dos combustíveis em queda, após ação do governo – que antes do período eleitoral dizia não ter como mexer no setor –, a “prévia” da inflação oficial teve nova queda em setembro. Segundo o IBGE, que divulgou os resultados nesta terça-feira (27), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi de -0,37% no mês, após registrar -0,73% em agosto. Agora, o indicador soma 4,63% no ano e 7,96% em 12 meses.

Apesar da deflação, apenas três dos nove grupos que compõem o IPCA-15 tiveram queda, que se concentrou nos combustíveis. Vários itens importantes tiveram alta. Foram os casos, entre outros, de gás de botijão, energia, roupas, planos de saúde, remédios e alguns alimentos.

Roupas mais caras
Assim, entre essas altas, a maior foi do grupo Vestuário: 1,66%, duas vezes mais do que em agosto (0,76%). De acordo com o IBGE, subiram os preços de roupas femininas (1,83%), masculinas (1,78%) e infantis (1,52%). Além desses itens, calçados e acessório tiveram aumento de 1,58% e joias e bijuterias, de 0,98%.

Depois de cair no mês anterior, o grupo Habitação subiu 0,47% neste mês. O instituto apurou aumento do gás de botijão (0,81%), do aluguel residencial (0,72%) e da energia elétrica (0,41%). O gás encanado também subiu (0,30%).

Remédios também aumentam
Já no grupo Saúde e Cuidados Pessoais (0,94% em setembro), o IBGE cita itens de higiene pessoal, com alta de 1,28%, e planos de saúde (1,13%). Os preços dos produtos farmacêuticos subiram 0,81%, representando impacto de 0,03 ponto percentual no índice total deste mês.

Na outra ponta, a queda no grupo Transportes (-2,35%, bem menos intensa do que os -5,24% de agosto) se deve novamente aos combustíveis. Caíram os preços médios de etanol (-10,10%), gasolina (-9,78%), óleo diesel (-5,40%) e gás veicular (-0,30%). Apenas a gasolina representou impacto de -0,52 ponto no índice.

Nesse mesmo grupo, houve queda ainda no ônibus urbano (-0,08%). Entre as altas, as passagens aéreas, cujo preço havia caído em agosto, agora aumentaram 8,20%. Também subiram itens como seguro de veículo (1,74%), emplacamento e licença (1,71%) e conserto de automóvel (0,62%).

Comer fora está mais caro
Em Alimentação e Bebidas (-0,47%), caíram preços como os do óleo de soja (-6,50%), tomate (-8,04%) e leite longa vida (-12,01%). Apesar disso, o leite ainda acumula alta de 58,19% no ano. E aumentaram os preços da cebola (11,39%), frango em pedaços (1,64%) e frutas (1,33%).

Comer fora ficou mais caro. A alimentação fora do domicílio subiu 0,59%, ante 0,80% em agosto. O lanche aumentou 0,94% e a refeição, 0,36%.

Celular e internet caem
Segundo o IBGE, a queda mais intensa no mês foi do grupo Comunicação (-2,74%). Por influência de itens como planos de telefonia fixa (-6,58%) e móvel (-1,36%), além de pacotes de acesso à internet (-10,57%) e combos de telefonia, internet e TV por assinatura.(-2,72%). Também se registrou redução nos preços dos aparelhos telefônicos (-0,99%).

Nove das 11 áreas pesquisadas tiveram deflação em setembro. O IPCA-15 variou de -0,93% (região metropolitana de Recife) a 0,50% (Belém). O índice teve ainda leve alta na Grande Curitiba (0,03%). Em São Paulo, ficou em -0,44%. No acumulado em 12 meses, a “prévia” vai de 5,87% (Porto Alegre) a 9,72% (Salvador).

O IPCA e o INPC deste mês serão divulgados em 11 de outubro.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

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