BRASIL É O ÚNICO EM 35 PAÍSES A ESCAPAR DE FORTE DESACELERAÇÃO, DIZ OCDE

Daniela Fernandes

DANIELA FERNANDES
de Paris para a BBC Brasil

As perspectivas econômicas para o Brasil continuam mais positivas do que para os países ricos e outras grandes economias emergentes, como China, Índia e Rússia, segundo relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) divulgada nesta segunda-feira em Paris.

A organização prevê que o Brasil é o único dos 35 países analisados no novo Indicador Composto Avançado que não deverá registrar forte desaceleração econômica nos próximos seis meses.

"Os Indicadores Compostos Avançados em relação a novembro de 2008 sinalizam uma desaceleração profunda nas sete grandes economias mundiais e para as grandes economias que não são membros da OCDE, principalmente a China, a Índia e a Rússia", afirma o relatório.

Já em relação ao Brasil, como havia previsto no início de dezembro passado, com dados relativos a outubro de 2008, a OCDE estima que o país deverá registrar apenas uma "leve desaceleração" de sua atividade econômica.

Queda

Apesar disso, o Indicador Composto Avançado em relação ao Brasil caiu 1,1 ponto em novembro na comparação com os dados do mês anterior e está 2,9 pontos abaixo do nível registrado há um ano.

Mas o Brasil é o único do grupo das 29 economias que integram a OCDE e os seis países não-membros da organização analisados neste último relatório que ultrapassa a barreira de 100 pontos, utilizada como referência para classificar o nível de atividade econômica dos países.

Neste novo indicador, o Brasil totaliza 101,2 pontos, enquanto os demais 34 países estão abaixo dos 100 pontos. No relatório anterior, o Brasil registrava 102,3 pontos.

Segundo a metodologia para o cálculo do índice, os países que registrarem queda, mas mantiverem o indicador acima de 100 registram "leve desaceleração". Os que tiverem redução de atividade econômica e ficarem abaixo de 100 pontos recebem a classificação de "desaceleração", que pode ser caracterizada como forte em função do número de pontos perdidos.

Para calcular o Indicador Composto Avançado, a OCDE leva em conta vários indicadores econômicos de curto prazo ligados ao PIB (Produto Interno Bruto), como a produção industrial, por exemplo.

Outros países

A queda de 1,1 ponto registrada pelo Brasil em novembro é, no entanto, menor que a de outras grandes economias emergentes. O Indicador Composto Avançado da China diminuiu 3,1 pontos em novembro e está 12,9 pontos abaixo do nível verificado há um ano.

No caso da Índia, a queda foi de 1,2 ponto em novembro, mas totaliza 7,6 pontos na comparação anual. A Rússia registra a maior queda entre os grandes emergentes que não são membros da OCDE, com uma redução de 4,3 pontos em novembro e de 13,8 pontos na comparação com os últimos 12 meses.

Para os países que integram a OCDE, a queda em novembro foi de 1,3. Na comparação com o nível registrado em novembro de 2007, a redução é de 7,3 pontos.

Os Estados Unidos totalizam uma queda de 1,7 em novembro e estão 8,7 pontos abaixo do nível verificado há um ano.

Nos países da zona do euro, o indicador diminuiu 1,1 ponto em novembro passado e está 7,6 pontos abaixo do total registrado na comparação anual, segundo a OCDE.

Fonte: Folha de São Paulo

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