O crescimento do Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei-RS) atingiu novo recorde. Essa performance demonstra que o processo de recuperação da indústria gaúcha está com o leme firme, conduzido, principalmente, pelo desempenho do mercado interno. Como o indicador apresentado pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) leva em conta além do momento atual a expectativa para os próximos seis meses, ganha um impulso ainda maior, já que faz projeções positivas para o futuro. A pesquisa chegou a seu melhor resultado: 72 pontos em 100 possíveis no quesito "desempenho de suas empresas", indicando perspectiva de mais investimentos e aumento produtivo este ano.
Os resultados comprovam o que vem sendo demonstrado nos levantamentos feitos pelo IBGE. Nos três primeiros meses do ano, a variação positiva em relação ao primeiro trimestre de 2009 alcançou 16,2%, o que ajudou a reverter índices negativos e revelando uma expansão produtiva de 0,2% nos últimos 12 meses. Já o Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) medido pela Fiergs demonstrou alta de 1,2% no mês de março em relação a fevereiro, marcando a nona elevação consecutiva e confirmando a retomada produtiva. Analisando-se o resultado no trimestre, na comparação com 2009 há expansão de 8,6%. Metalurgia Básica (35,6%), Móveis (19,3%) e Material Eletrônico e de Comunicação (18,6%) puxaram o indicador para cima.
Os bons ventos que sopram no setor industrial gaúcho não se referem apenas às grandes empresas do segmento. Pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do Sul (Sebrae/RS) ainda aponta que 88% das micro e pequenas empresas do setor estão em clima de otimismo para este ano. "Em 2009, o setor industrial foi o que mais sofreu com os efeitos da crise. Em compensação, desponta este ano como o mais otimista em relação ao crescimento", assinalou o presidente da Fiergs, Paulo Tigre. Para ele, o cenário representa o reflexo da capacidade de superação dos empresários industriais frente às dificuldades, sejam elas econômicas ou inerentes ao processo de empreender.
Para que a indústria gaúcha siga navegando em um mar calmo, porém, os empresários do setor buscam a qualificação da mão de obra, considerado o maior gargalo para que os números sigam uma tendência de crescimento. Na pesquisa do Sebrae, 40% das pequenas e médias indústrias sugeriram que esta é a principal necessidade para ir rumo ao desenvolvimento. Apesar do destaque de certa forma negativo em relação à capacitação profissional, também nesta área os números industriais têm sido animadores, tanto para quem produz quanto para aqueles que buscam uma vaga de trabalho. Números do Ministério do Trabalho e Emprego demonstraram uma expansão de 2,9% na massa de trabalhadores durante o primeiro trimestre na comparação com igual período do ano passado. No Rio Grande do Sul, esse índice foi ainda mais animador, mostrando uma elevação que chegou a 3,2%.
Fonte: Correio do Povo
