Na entrevista dada a Zero Hora, o empresário Jorge Gerdau fala também sobre os líderes sidicais e do crescimento sustentável. Leia a seguir o texto de Maria Isabel Hammes (ZH).

Não é sempre que Jorge Gerdau abre o coração como desta vez. O mais conhecido dos empresários gaúchos fala das lições deixadas pela tormenta que varreu o pleneta de 2008 em diante e deixou o mundo inteiro como o grande perdedor, e confessa erros, como um cometido no momento pré-crise, quando subestimou um sinal do que poderia estar por vir. Mas diz também que os tombos - e ele levou vários até por "montar a cavalo" - servem para a pessoa aprender a levantar e não sofrer uma queda maior mais adiante.

Aliás, Gerdau, nesta longa entrevista concedida a ZH numa recente manhã nublada da Capital, considerada que "está no DNA do líder não ter medo de tomar tombo". Líder, palavra de apenas cinco letras, revela, porém, um papel enorme que, para ele, é insubstituível.

- Lderança é um comportamento pessoal, a coisa mais difícil é encontrar líderes. Na vida empresarial, ás vezes, tem de haver uma cota de estupidez no snetido da coragem de fazer - julga Gerdau que, por volta de seus 20 anos, já tinha o cacoete de sonhar alto.

Foi nessa época que ele mais ou menos estabeleceu o futuro do conglomerado siderúrgico, hoje com atuação em 14 papises e faturamento de R$ 47,6 bilhões no ano passado, do qual é presidente do conselho de administração. Tomou por base as seis grandes empresas que operavam e estabeleceu que queria chegar ao topo. Chegou e até passou de muitas delas a ponto de ter alcançado, aqui no Brasil, posto de conselheiro do presidente, político de um partico com que ele não simpatizava até anos atrás.

Quem mudou?

- O mundo mudou. Independentemente de partido ou não, sempre tive uma posição de procurar ajudar no sentido de melhorar o país. Nunca me deixei contagiar por posições políticas momentâneas. E o presidente Lula é uma pessoa tremendamente aberta que sabe escutar, ele tem o aprendizado da vida - argumentou Gerdau.

É a este governo e ao país de uma forma geral que o advogado carioca, gaúcho de coração, 72 anos, pai de cinco filhos, faz um alerta com base no momento "excepcional" vivido pela nação:

- O mundo todo está olhando para o Brasil. O mercado cresce, então, as oportunidades para o Brasil estão existindo. O deafio é aproveitarmos esta demanda do mercado e nos capacitarmos para um crescimento sustentável.

Outro ponto que Gerdau julga imprescindível é aproveitar os períodos de euforia para fazer um esforço de análise dos riscos que evitem novos erros. E, já pensando na campanha que, dentro de poucos meses, elevará as emoções à potência máxima entre os recantos do Brasil, sugere aos candidatos planejamento a médio e longo prazos:

-Está na hora de pensarmos e sonharmos com um país desenvolvido, socilamente justo, com a capacidade que potencialmente o Brasil tem.

Mas é claro que, se dependesse da sua planilha de prioridades, lá estariam nos programas dos candidatos pelo menos dois pontos: concentração de todos os esforços na educação e ampliação dos investimentos em infraestrutura, possibilitando que o país cresça efetivamente, deixando de vez o bordão de Brasil do futuro para o Brasil do presente.

Fonte: ZH