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01.10.21   |   FTMRS

Seminário virtual e itinerante metalúrgicos (as) na luta antirracista aborda a realidade da mulher negra no mercado de trabalho

Divulgação

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Aconteceu na noite de quinta-feira (30), o seminário virtual e itinerante metalúrgicos (as) na luta antirracista, "Gênero e raça: Por que as mulheres negras seguem como base da pirâmide social. A atividade, realizada através do zoom, foi promovida pela Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do RS (FTM/RS-CUT) e do Coletivo Nacional de Igualdade Racial da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT). A moderação do debate ficará por conta da integrante do Coletivo Nacional de Igualdade Racial da CNM/CUT, Catiana Leite, da FTM-RS.

A vereadora de Porto Alegre, Laura Sito, alertou que o combate ao racismo tem que ser uma luta do conjunto da sociedade. “O Rio Grande do Sul é, talvez, o estado mais segregado, a população negra na narrativa do nosso estado é inviabilizada”, acredita Lauta. Para ela, ter uma bancada negra na Câmara dos Vereadores da capital e em outras cidades como Caxias do Sul e São Leopoldo “significa que a sociedade grita que ocupamos os nossos espaços”.

“É possível pensar o desenvolvimento do país inviabilizando um quarto dessa população, que são as mulheres negras?”, indagou a vereadora que explicou que para os homens e mulheres negros, a escravidão foi uma situação de esfacelamento da condição humana. “O racismo e o patriarcado exercem sua opressão das mais diversas formas”, declarou.

Laura lembrou o abismo que existem entre a base da pirâmide, onde a mulher negra está e o topo, onde tem o homem branco. “As políticas de inclusão que tivemos até aqui foram insuficientes. Se esse tema não for universal, vamos continuar com debates periféricos e não mudando as circunstâncias e a realidade.

Em seguida, a economista do O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Lucia Garcia falou sobre a realidade de trabalho das mulheres negras, que na maioria das vezes tem baixa escolaridade, entram no mercado de trabalho mais cedo e tem uma saída tardia. “O racismo é funcional ao econômico”, afirmou a economista. Ela divulgou que dentre o contingente de desempregados brasileiros, 19,2% são mulheres negras e a renda média dessas mulheres é de R$ 1.679,00.

De acordo com Lucia, hierarquizar trabalhadores facilita a sujeição das pessoas a tarefas laborais difíceis, penosas e mal remuneradas. “Nos últimos anos, desde a Constituição Cidadã de 1988, tivemos alguns avanços como a política de cotas e distribuição de renda que favoreceram as mulheres negras, mas esses avanços não tocaram em questões estruturais da sociedade”, ressaltou.

Abertura
Na abertura da atividade, a secretária de Igualdade Racial da CNM/CUT, Christiane Aparecida, lembrou que é o segundo encontro desse debate importante. “Ser mulher é um desafio. Ser mulher e negra é um desafio ainda maior e precisamos nos conscientizar do tamanho da nossa luta. Pois, o racismo e machismo reservam para as mulheres negras os piores lugares”, afirmou a dirigente.

Representando a FTM-RS, o secretário de comunicação da entidade Enio Santos disse que para a Federação é uma honra promover esse debate. “Importante assunto ainda mais nos dias de hoje, com uma realidade nada favorável.” Já a vice-presidente da FTM-RS, Eliane Catarina Morfan destacou a realidade discriminatória do Brasil. “Em 2018, mais de 4 mil mulheres foram mortes no país, uma a cada duas horas, dessas 60% eram negras”.

Por fim, o secretário geral da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira destacou que no Rio Grande do Sul a questão racial é pouco debatida. “Achamos que é região de imigrações europeias apenas. E esse debate é fundamental”. O dirigente contou ainda que após a próxima plenária da CNM/CUT haverá uma campanha chamada “Dignidade” para lutar contra a discriminação racial. “Essa não é uma pauta separada, é uma pauta que nos unifica”, garante.

Ainda na abertura do seminário, a diretora da FTM-RS, Ana Paula Kaustmann leu o poema Vozes Mulheres, de Conceição Evaristo. O evento teve, também, um olhar muito grande para a inclusão, contando com duas tradutoras de Língua Brasileira de Sinais (Libras).

O próximo seminário, em outubro, será organizado pelo departamento de Santa Catarina com tema “Imigrantes e refugiados”.

Fonte: FTM-RS

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