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14.03.17   |   Sindicatos 2017

Deputados, sindicalistas e prefeitos tentam lançar luz para situação crítica do polo naval de Rio Grande

Divulgação AL-Rs/Twitter

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Depois de uma vigília que reuniu mais de mil trabalhadores e durou cerca de 15 horas, em frente ao Estaleiro de Rio Grande, deputados, prefeitos da Região Sul, sindicalistas e trabalhadores se reuniram em audiência pública para debater o futuro e as perspectivas do Polo Naval. Maior dique seco da América Latina, depois de um boom de emprego e produção iniciado em 2010, com os escândalos de corrupção na Petrobras, a indústria naval da região vive dias de recessão e desemprego.

Prefeitos da Região Sul do Estado se revezaram em relatos sobre a situação crítica que os municípios vêm enfrentando desde que começou o processo de desmonte. O prefeito de Rio Grande, Alexandre Lindenmeyer (PT), apresentou um dossiê sobre o impacto que o Polo Naval tem em toda a região. “Com o Polo Naval, alavancamos a infra-estrutura da região, como em rodovias duplicadas e novas escolas”, disse ele.

A prefeita de São José do Norte, município de 27 mil habitantes, onde está situada parte do Super Porto de Rio Grande, também ressaltou como os municípios da região que vivem a crise, se prepararam para receber a indústria. “Os municípios se movimentaram para receber o Polo Naval e, agora, estão comprometidos com essa estrutura”, afirmou.

A Universidade Federal do Rio Grande (Furg), por exemplo, chegou a criar um grupo de trabalho para discutir a situação da nova indústria da região, que com a descoberta do pré-sal, passava de política de governo à política de Estado. “Então, o Estado agora não pode virar as costas e dizer virem-se. Porque foi o Estado que induziu essa indústria em Rio Grande (…) Essa indústria é fundamental, são várias transformações que ocorreram do ponto de vista social e econômico nos últimos 7 anos, isso não pode se evaporar”, analisou o professor da instituição, Marcelo Domingues.

Domingues apontou ainda que a universidade chegou a construir novos prédios e expandiu cursos com o intuito de capacitar pessoas e empresas para a nova realidade que se formava na região. Especialmente depois que, em 2010, a Petrobras anunciou mais plataformas que seriam fabricadas ali.

Dois anos antes, o início da implantação do polo já havia injetado R$ 1 bilhão na economia local e trazido 4,5 mil novos empregos para o município de Rio Grande. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico de Rio Grande e São José do Norte (STIMMMERG), Benito Gonçalves, em 2013, o polo chegou a ter mais de 20 mil trabalhadores empregados.

Gonçalves, que é vereador na cidade pelo PT, diz que “a guerra política acabou com o trabalho de milhares de pessoas”. “Não é briga que eu quero, é união. Mas não união só na hora de ganhar dinheiro. Essa semana mais uma loja foi embora de Rio Grande e não deu nada aos trabalhadores”, contou ele.

Deputados da base e da oposição cobraram do governo do Estado um posicionamento mais forte diante da situação do polo. Mesmo Catarina Paladini (PSB), que deixou o governo de José Ivo Sartori (PMDB), onde era Secretário do Trabalho e Desenvolvimento Social, apenas em dezembro, pontuou que o governo deveria ser mais incisivo diante da situação de desmonte na região.

O atual responsável pela secretaria que estava com Paladini, Ayres Apolinário (PSB), que responde como adjunto de Maria Helena Sartori na super secretaria de Desenvolvimento Social, Trabalho, Justiça e Direitos Humanos, também reconheceu a gravidade do cenário riograndino. “Levaremos a pauta para Brasília, pois se trata da vida de milhares de pessoas”, afirmou Apolinário, reforçando o pedido de uma audiência com o governo federal, proposta por Edegar Pretto (PT), presidente da Assembleia Legislativa.

“Precisamos envolver o TRT nessa questão. Nunca tivemos um ataque tão violento aos empregos desta região (…) Não vamos ficar de joelhos para essa política de desmonte e de desemprego”, declarou outro deputado da base de Sartori, Luís Augusto Lara (PTB).

Único deputado federal presente na audiência pública, o petista Henrique Fontana disse que já está recolhendo assinaturas para a criação de uma Frente Parlamentar no Congresso Nacional que trate da indústria naval. Fontana citou casos de várias empresas estão saindo do país, especialmente pelas mudanças na política de conteúdo local, que obrigava um percentual mínimo de produção feita no Brasil. “Nós somos brasileiros, todos os países do mundo protegem sua indústria nacional e os brasileiros? Temos que colocar pressão para que o governo mantenha a política de conteúdo nacional”, defendeu Fontana.

Vários deputados reforçaram a necessidade de levar a pauta à mesa do Piratini. “Quem tem que tratar [da situação do Polo Naval] é o governador do estado do Rio Grande do Sul, se ele acha que foi eleito só para tratar das finanças é um ledo engano”, apontou o deputado Adão Villaverde (PT). Na terça-feira (14), o presidente da AL-RS, Edegar Pretto (PT), anunciou que cumpre agenda em Brasília, onde tentará um audiência sobre o assunto, e que vai entregar um ofício a Sartori pedindo ação ao governo do Estado.

“Não viemos aqui pedir calma, pelo contrário, viemos pedir que continuem fazendo barulho. Até porque não temos direito de pedir calma para quem perdeu seu emprego. Foi esse olhar que a Assembleia Legislativa quis dar com essa audiência de hoje”, afirmou Edegar.
Uma trabalhadora do polo naval, que se identificou como Graciela durante a audiência, lembrou da força política que os metalúrgicos ainda possuem e como isso pode ajudar a pressionar autoridades. No ano passado, a categoria conseguiu conquistar o maior dissídio do Brasil e eleger o vereador mais votado em Rio Grande. “O povo metalúrgico tem muito mais poder do que vocês imaginam”.

Fonte: Sul 21

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