Metalúrgicos de todo RS acompanharam a live de lançamento da campanha salarial


Dirigentes debateram a pauta de reivindicação da categoria

Na noite de ontem (15), a Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do RS (FTM-RS) deu o ponta pé inicial na campanha salarial da categoria. Centenas de trabalhadoras e trabalhadores de todo o estado acompanharam, através da página da Federação no facebook, a live de lançamento da campanha que engloba as mesas de máquinas agrícolas, reparação de veículos e metalurgia.

Dezenas de sindicatos filiados, compartilharam a programação em suas páginas e centenas de dirigentes e trabalhadores se manifestaram comentando o debate. Assista a live aqui.

O mediador, Milton Viário explicou que este é o segundo ano que a campanha se dará de maneira virtual, devido a pandemia do covid-19, e destacou alguns pontos da pauta de reivindicação que foi explorada pelos convidados. O dirigente lembrou que a negociação da metalurgia já está fechada ao acordo feito em 2020, porém isso pode auxiliar as mesas de máquinas agrícolas e de reparação de veículos, que reivindicam o índice do INPC mais 2% de aumento real.

Destacando a importância do vale alimentação, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Novo Hamburgo Lauro Amaral enfatizou que “através desse benefício é possível compensar o custo de vida dos trabalhadores e a alta da inflação”. Os trabalhadores reivindicam um vale mensal no valor de R$ 250,00.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santa Rosa, João Roque dos Santos afirmou que muitas empresas não conhecem o programa que implementa a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e por isso, não adotam. “A PLR tem que deixar de ser um mito, precisamos dialogar com as empresas pois não é apenas em cima dos lucros que isso pode ser feito. Aqui na região tem empresas que implementaram a PLR em cima dos índices de qualidade, por exemplo”, ponderou.

Uma novidade na pauta deste ano é o abono provisório no valor de R$ 300,00 mensais para os trabalhadores que, em razão da pandemia, estão realizando suas atividades em casa. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita, Paulo Chitolina lembrou da pesquisa realizada nos últimos meses sobre o home-office e afirmou que a mudança acarretou em gastos pessoais como energia, internet, alimentação, água. “Além de muitos não terem um espaço adequado para realizar suas tarefas. Outra coisa que acontece, em algumas situações, é as empresas seguirem descontando o vale transporte dos trabalhadores que não estão indo até a empresa”, disse Chitolina.

Já as pautas específicas das mulheres como licença remunerada para trabalhadoras afastadas em razão de violência doméstica, aumento da estabilidade da gestante para 90 dias após o período dos 120 dias legais e considerar falta justificada a ausência da trabalhadora para consulta ou internação de filhos até 12 anos ficou a cargo da dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de Marau, Passo Fundo e Tapejara, Elisandra Antunes de Almeida. “Nossas pautas serem estiveram na mesa, mas eram vistas como um todo, como pauta dos trabalhadores e isso tem que mudar. Temos questões específicas que se conquistadas nos garantem melhor condições de trabalho”, defendeu Elisandra.

O secretário de comunicação da FTM-RS, Enio Santos resgatou as últimas negociações da reparação de veículos e informou que para este ano, a pauta já foi encaminhada e estão aguardando o retorno da patronal, a expectativa é que o reajuste seja pago na folha de maio. A pauta dos trabalhadores das concessionárias de veículos também já foi entregue, porém com um indicativo de data para reunião. “Nesta sexta, a Federação se reunirá com os sindicatos que representam esses setores para discutir a nossa mobilização e os próximos passos”, contou.

Por fim, o presidente da FTM-RS, Lírio Segalla destacou a peculiaridade de cada setor neste momento de crise econômica e sanitária. “Este ano, assim como 2020, está sendo muito difícil, mas não há nada mais justo que os trabalhadores reivindicarem o que eles ajudam a construir”. Lírio também chamou a atenção para a importância da mobilização: “porém se quisermos aumento real e manutenção das cláusulas sociais, os trabalhadores precisam estar conosco, com os seus sindicatos”, alertou o dirigente.

Um assunto bastante recorrente na atividade foi a necessidade de uma campanha de vacinação em massa para conter o avanço da covid-19. Desde o começo da pandemia no ano passado, as ações da Federação e suas entidades filiadas foram pautadas pelo tripé: proteção à saúde do trabalhador e seus familiares, manutenção do emprego e o garantir ao máximo possível da remuneração.

Fonte: FTM-RS