A CRISE NÃO É NOSSA!


Muito se fala sobre a crise que assola o sistema financeiro mundial e, mais próximo a nós, metalúrgicos, as montadoras e a cadeia de autopeças.
O que podemos dizer sobre tudo isso é que a crise existe sim, mas é uma crise que se deu principalmente pela ganância de investidores estrangeiros que usaram o mercado de ações, principalmente nos EUA, como uma mesa de cassino, fazendo propostas irresponsáveis, que tinham como único objetivo trazer altos ganhos pura e simplesmente na base da especulação, sem investimentos ou uma gota sequer do suor de um trabalho pesado.
A triste coincidência de erros neste jogo de azar, levou bancos e financeiras ao buraco e assustou os mercados de países que não foram diretamente atingidos. No Brasil, onde a economia está em crescimento, nunca se vendeu tantos veículos como nos anos de 2007 e 2008. Os empregos aumentaram e os lucros também. O crédito para o financiamento de veículos foi fundamental neste processo.
E justamente neste momento positivo para nós, os "analistas" que nunca colocaram o pé em nosso país mas sempre deram palpites se o mundo deveria investir ou não aqui, falam para os bancos limitar o crédito. O curioso é que são as mesmas pessoas que não viram ou não quiseram ver a tragédia que estava prestes a acontecer no quintal da casa deles.
O governo federal tomou a atitude mais sensata para o momento em que tentaram nos contaminar com a crise e, ao contrário dos bancos privados, cumpriu seu papel e liberou o crédito e reduziu o IPI para para a compra de veículos.
Agora, exigimos que existam contrapartidas sociais para que a população não fique excluída, já que todo o valor disponibilizado para os financiamentos, que manterão o mercado automotivo aquecido em nosso país se converterá em altos lucros para as grandes montadoras.

Carlos Alberto Grana - presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos

Observação: Todos os textos aqui publicados são de inteira responsabilidade de seus autores.