Trabalhadores e sociedade lutam contra extinção da CEITEC


Criada através do decreto presidencial em 2008, durante o governo Lula, a CEITEC S.A. está ameaçada extinção. A empresa integra a lista Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal. Vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), a CEITEC é uma empresa pública que desempenha um papel estratégico no desenvolvimento da indústria de microeletrônica do Brasil.

Nesta segunda-feira (15), a Sociedade Brasileira de Microeletrônica (SBMICRO) divulgou uma carta onde expressa que recebeu com extrema preocupação a notícia da extinção da estatal. “Há alternativas e urge buscá-las em efetivas parcerias. A liquidação será retrocesso irreversível”, diz um trecho do texto.

Os cerca de 200 trabalhadores podem ter os contratos rescindidos a qualquer momento. Por isso, na semana passada, eles realizaram um protesto contra a extinção da estatal e abraçaram o prédio da CEITEC, localizada na zona Leste de Porto Alegre. Os trabalhadores a empresa também escreveram uma carta repudiando a extinção e em defesa da estatal.

O ato teve o apoio do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre (STIMEPA). "Estaremos juntos em mais essa batalha para impedir o desmonte do estado brasileiro", disse o presidente do STIMEPA, João Batista Massena. O dirigente também ressaltou o trabalho que a empresa realiza em cinco principais âmbitos de pesquisa: identificação patrimonial e logística, segurança e identificação pessoal, identificação veicular, identificação animal, e saúde.

A CEITEC é a única empresa, no Brasil e na América do Sul, nas suas capacidades técnicas e como embrião no ecossistema da indústria eletrônica. Entre as grandes economias do mundo, o Brasil é um dos poucos países que não domina a cadeia de produção de circuitos integrados. China, Rússia e Índia são países que investem pesadamente nesse setor. Países com economias menores que a brasileira já possuem indústrias de microeletrônica que representam parte significativa de seu PIB, como Coréia e Malásia.

Fonte: FTM-RS com informações do STIMEPA