Vw Caminhões E Iveco Tomam Novas Medidas Para Ajustar Seus Estoques


SÃO PAULO - Os resultados do setor de caminhões, que não param de despencar nos demonstrativos mensais, trazem mais preocupações à indústria. Baseados no forte recuo da demanda - fenômeno comprovado ontem com mais uma queda das vendas de caminhões, agora de 24,45% em janeiro ante dezembro , de acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) - os fabricantes fazem novos ajustes.

A Volkswagen Caminhões anunciou que suspendeu o terceiro turno de trabalho em sua fábrica de Resende (RJ). Parte dos funcionários que participam do consórcio modular que trabalham diretamente na linha de montagem da montadora terão os contratos suspensos e receberão parte dos salários do Fundo de Amparo ao Trabalhador e (FAT) e outra parte da empresa. Procurada, a assessoria de imprensa da VW Caminhões confirmou a paralisação e afirmou que a suspensão do terceiro turno de trabalho e dos contratos será temporária.

Já a Iveco decidiu por um novo período de férias coletivas para seus funcionários em Sete Lagoas (MG), que ocorrerá até o dia 2 de março. Essa será a terceira vez que a companhia opta por deixar seus empregados em casa. Segundo a empresa, os trabalhadores voltaram do período de férias nesta segunda-feira (2) e retornarão às férias no dia 9. A decisão foi tomada para "adaptação do estoque". A Iveco não informou o número de trabalhadores atingidos.

Na mesma linha, a Pirelli Pneus informou ao Sindicato dos Borracheiros da Grande São Paulo que vai conceder férias coletivas aos 1.800 funcionários da unidade de Santo André, na Grande São Paulo. De acordo com a empresa, o estoque da empresa está em 32 dias de produção.

Retração

Em dezembro, a produção de caminhões despencou em 60,4% em relação ao mês de dezembro de 2007, de acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Ao contrário do setor de automóveis para passeio, que já apontam retomada da demanda em janeiro, os números que serão apresentados pela próxima semana pela entidade não deverão trazer uma surpresa positiva.

Segundo o presidente da Fenabrave, Sérgio Reze, os números do setor refletem "o tamanho da crise". "Quem compra caminhão é para transportar e ninguém assume um compromisso de compra se não existe produto para ser transportado", disse Reze.


Fonte: DCI