Total de famílias endividadas sobe novamente e atinge 63,4% dos lares em maio


Com a economia parada, as sucessivas quedas na estimativa de crescimento e taxas recordes de desemprego, o único percentual que cresce no governo Bolsonaro é o que mede o endividamento das famílias brasileira

Com a estagnação política e econômica, as quedas consecutivas nas últimas 15 semanas da estimativa do mercado financeiro para o crescimento da economia, as taxas recordes de desemprego e o governo de Jair Bolsonaro (PSL) totalmente inerte, como se ignorasse o caos, ou pior, não tivesse propostas para tirar o país da crise, a alternativa que sobra para as famílias brasileiras é se endividar para sobreviver com dignidade.

Em maio, o endividamento subiu pelo quinto mês consecutivo e atingiu 63,4% das famílias brasileiras - foi 4,4% maior do que em maio do ano passado, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgada nesta terça-feira (11).

As dívidas são com cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro.

O percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso também aumentou de 23,9% para 24,1% entre abril e maio.

Já o percentual de famílias que declararam que não têm condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes ficou estável na comparação mensal, em 9,5%. O indicador havia alcançado 9,9% em maio de 2018.

Entre as famílias que ganham até dez salários mínimos, o percentual de famílias com dívidas foi ainda maior: alcançou 64,3% em maio de 2019, superior aos 63,9% registrados em abril de 2019, e aos 60,7% de maio de 2018.

Para as famílias com renda acima de dez salários mínimos, o percentual de endividadas aumentou, entre abril de 2019 e maio de 2019, de 57,5% para 59,5%. Em maio de 2018, o percentual de famílias com dívidas nesse grupo de renda era de 51,5%.

Comprometimento da renda com dívidas

Entre as famílias endividadas, a parcela média da renda comprometida com dívidas ficou estável em maio de 2019, mantendo-se em 29,3%, na comparação anual, e diminuiu 0,1 p.p. na comparação mensal. Entre as famílias com contas ou dívidas em atraso, o tempo médio de atraso foi de 62,9 dias em maio de 2019 – inferior aos 64,4 dias de maio de 2018. O tempo médio de comprometimento com dívidas entre as famílias endividadas foi de sete meses, sendo que 25,3% delas estão comprometidas com dívidas de até três meses e 31,3% por mais de um ano.

O vilão continua sendo o cartão de crédito

78,6% das famílias endividadas disseram que o cartão de crédito foi um dos principais tipos de dívida. Em segundo lugar vêm os carnês (15,8%), seguido pelo financiamento de carro (10,5%).

Quem ganha menos se endivida mais com cartão de crédito e carnês de lojas. Para as famílias com renda até dez salários mínimos, as dívidas com o cartão de crédito foram apontadas por 79,2%, carnês, por 17,0%, e financiamento de carro, por 8,5%.

As famílias que ganham mais de dez mínimos devem um pouco menos com gastos no cartão de crédito (76,5%), um pouco mais com carnês (19,0%), e quase o dobro com financiamento de carro (16,7%).

Confira aqui a íntegra da pesquisa.

Fonte: CUT Nacional