Metalúrgicos De Canoas Fazem Assembléia Hoje Para Avaliar Acordo


Os trabalhadores metalúrgicos da MWM INTERNATIONAL Motores decidem hoje (quarta-feira, 4) em três assembléias, se aceitam ou não o acordo proposto pela direção da empresa. A proposta feita na senmana passsada aponta uma cláusula inédita nos acordos desde que iniciou o impacto da crise econômica internacional no Brasil, que já tirou o emprego de 3.313 metalúrgicos gaúchos. Os trabalhadores terão de volta as “perdas salariais” ocasionadas pela redução de 15,75% nos salários de fevereiro a abril, assim que os níveis de produção atingirem índices próximos à média registrada em 2008.

- Esta cláusula pode ser considerada um avanço nas negociações nos moldes em que estão sendo feitas. Nós, nas negociações, conseguimos baixar os percentuais propostos inicialmente pela empresa. Eles queriam uma redução de 25% na jornada de trabalho e nos salários. Depois das negociações, baixamos para 20% a redução na jornada, o que representa um dia de trabalho, para 15,75% nos salários. Mas, o mais importante: garantimos que não haverá demissões dos 800 funcionários até 20 de junho; conquistamos a criação da Comissão de Fábrica, que vai ajudar a monitorar as relações daqui para frente, e também conquistamos o direito de reaver as perdas salariais a que somos forçados, pelas circunstâncias, a negociar”, explica Nelson Luis da Silva, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas.

As assembléias estão marcadas para às 10h; 16h30min e 18 horas na sede do Sindicato.

A negociação em Canoas é uma das nove que os sindicatos locais, junto com a Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do RS, acompanham em todo estado e que deverão garantir a manutenção de 7.300 empregos. São elas:

Porto Alegre: DHB; SAGINAW; GKN (acordo fechado)
Charqueadas: Gerdau (sindicalistas buscam negociação em nível nacional), GKN
São Leopoldo: Gerdau, Ferrabrás
Caxias: Randon (acordo fechado)
Santa Rosa: AGCO
Venâncio Aires: Tramontina
Canoas: MWM INTENACIONAL Motores

Ao contrário destas empresas, a Jonh Deere, empresa que mais demitiu metalúrgicos (782 no total de outubro até janeiro) se nega a negociar com a categoria, promovendo demissões sumárias.Ontem, 29, a Federação e o Sindicato de Horizontina, município que sedia a empresa, ajuizaram no TRT uma ação pedindo a revisão das demissões dos 502 metalúrgicos ocorridos na semana passada. O TRT acolheu a ação e marcou para a próxima quinta-feira, às 14h e 30min, uma audiência de conciliação.



Fonte: FTMRS