Em Davos, Executivos Pedem Mais Controle


"A tempestade perfeita". Dessa forma o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, classificou a atual crise econômica em seu discurso de abertura do 39º Fórum Econômico Mundial ontem, em Davos, na Suíça. "A noção de tempestade perfeita é quando elementos naturais se juntam e multiplicam sua capacidade destrutiva.

Esta crise se parece exatamente com isso", disse Putin, que participa pela primeira vez do encontro.
Para muitos especialistas que participam do Fórum, a única maneira de escapar da "tempestade perfeita" é aumentar as intervenções estatais na economia dos países, de forma a estabilizar o sistema financeiro como um todo. A opinião foi ratificada pelo investidor americano George Soros.

Segundo ele, a crise é maior e mais profunda do que a dos anos 1930 e só será resolvida caso o Estado intervenha com injeção monetária para capitalizar instituições financeiras em dificuldade.
Para Soros, apenas os governos teriam dinheiro suficiente para colocar novamente nos trilhos uma economia que está "em colapso".

O discurso do primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, veio na contramão do tom pessimista que dominou o primeiro dia de debates em Davos. Segundo Jiabao, a crise teve um "forte impacto" sobre a economia da China, que registrou crescimento de 9% em 2008, a taxa mais baixa dos últimos sete anos.

O primeiro-ministro disse que o maior impacto até agora foi sentido no aumento do desemprego, em setores como a indústria e a construção civil, provocado pela queda brusca nas exportações.
O líder chinês, no entanto, fez uma previsão considerada por ele mesmo como "ambiciosa". Jiabao afirmou que é necessário alcançar um crescimento econômico de 8% neste ano para garantir a estabilidade social. "Tenho plena certeza de que nosso crescimento continuará", disse Jiabao, para quem a economia chinesa "goza de boa saúde".


Fonte: JC