CNM/CUT defende Inovar Auto contra ação na Organização Mundial do Comércio


A Organização Mundial do Comércio (OMC) deu sinal verde para o início das investigações sobre as acusações da União Europeia (UE) de que o Brasil pratica uma política industrial que viola as regras do comércio mundial, principalmente no setor de veículos e tecnologia.

No dia 31 de outubro, a UE havia entrado com o pedido de abertura de um processo questionando as políticas brasileiras. Não satisfeitos com as explicações, os europeus optaram por abrir um painel de controvérsias, criando a maior disputa contra o país na OMC nos últimos 20 anos. Se o Brasil for condenado terá de reformular sua estratégia industrial.

“A União Europeia vai contra o direito de um país, como o Brasil, ter uma política industrial própria e defender sua produção nacional”, lembrou o secretário geral e de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), João Cayres.

“Eles não falam que a Eu­ropa, no tempo em que não existia a OMC, se industriali­zou e teve a oportunidade de proteger seus mercados duran­te muitos anos”, prosseguiu o dirigente.

“Agora que eles têm escala de produção e tecnologia, que­rem impedir outros países de fazerem o mesmo”, afirmou.

“Temos de nos manter ao lado do governo brasileiro em defesa do programa Inovar Auto e do direito de ter nossa política industrial”, frisou o secretário da CNM/CUT.

Em sua opinião, o ata­que ocorre por causa do novo Regime Automotivo, o Inovar Auto. “Isso torna a ação contraditória porque o Inovar Auto não viola as nor­mas da OMC nem promove o que a UE está reclamando”, garantiu.

“Até porque muitas das empresas beneficiadas pelo programa no país têm capital europeu, como ocorre no setor de eletrônicos e veículos automotores”, destacou.

“A CNM/CUT emitiu uma nota quando a União Euro­peia confirmou a ação”, disse João Cayres.

“Agora vamos lutar com unhas e dentes junto ao Brasil e os Metalúrgicos do ABC para defender o novo Regime Automotivo, o Inovar Auto, uma conquista dos trabalha­dores que só veio depois de muita luta”, concluiu.

Fonte: Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC